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Sua startup está pronta para receber investimento?

  • Foto do escritor: Larissa Nonato Silva
    Larissa Nonato Silva
  • 8 de nov.
  • 4 min de leitura

Receber o primeiro investimento é um marco importante para qualquer startup. Mas o que muitos empreendedores ainda não percebem é que o investimento não começa no pitch, ele começa na estrutura do negócio.

O investidor pode se encantar pela ideia e pelo pitch deck, mas a decisão acontece quando ele percebe que há organização, governança e estrutura jurídica por trás daquela apresentação. O que convence o investidor a seguir não é só a oportunidade de retorno, e sim a confiança na execução.


O olhar do investidor: o que vem antes do aporte


O processo de captação geralmente segue um fluxo que inclui a elaboração do pitch deck, o interesse inicial do investidor (match), a due diligence e, por fim, a formalização do investimento por meio do term sheet e do contrato definitivo.


É nessa fase intermediária, a due diligence, que o discurso encontra a realidade. Esse processo de auditoria serve para verificar se o valuation proposto faz sentido, se as informações apresentadas são coerentes e se a startup possui uma base jurídica, contábil e operacional sólida o suficiente para sustentar o crescimento prometido.


Em outras palavras, é o momento em que o investidor coloca a lupa sobre o negócio para medir riscos. Quanto menor o risco percebido, maior a chance de o investimento acontecer.


Muitas startups promissoras perdem boas oportunidades não por falta de produto ou mercado, mas porque não estavam preparadas para serem analisadas.


O que a due diligence revela sobre o negócio


A due diligence é uma análise abrangente, que envolve diferentes frentes do negócio.


O primeiro aspecto que costuma chamar a atenção dos investidores é a governança societária. Eles buscam entender se o contrato social está atualizado e coerente com a operação atual, se há um acordo de sócios vigente e alinhado entre os fundadores, e se o cap table está organizado, sem sócios ocultos ou promessas informais de participação societária.


Esse ponto é importante porque mostra se há clareza nas responsabilidades, nas decisões e nas regras de entrada e saída de sócios. Startups que negligenciam essa estrutura acabam transmitindo insegurança.


Em seguida, o olhar se volta às finanças e tributos. O investidor precisa entender a saúde financeira da empresa, se as demonstrações contábeis estão organizadas, se há controle de fluxo de caixa, se existem certidões negativas válidas e se eventuais passivos estão mapeados. Uma contabilidade estratégica, transparente e integrada à gestão é um dos principais sinais de maturidade.


Outro ponto de análise é a formalização das contratações. Investidores verificam se os vínculos com colaboradores e prestadores de serviço estão regularizados, seja por meio de contrato CLT ou contrato de prestação de serviços com cláusulas de confidencialidade e cessão de propriedade intelectual. Também é importante que existam NDAs assinados, garantindo que as informações do negócio estejam protegidas.


Esse cuidado demonstra profissionalismo e evita cenários comuns em que alguém deixa a empresa levando parte do código, do design ou do know-how desenvolvido internamente.


A propriedade intelectual e a tecnologia também entram no radar. O investidor vai querer saber se a marca está devidamente registrada no INPI, se o domínio e o código-fonte estão no nome da empresa, e se há contratos de cessão formalizados garantindo que tudo o que foi desenvolvido pertence juridicamente à startup. Em negócios de base tecnológica, essa é uma etapa determinante, pois a titularidade da tecnologia é um dos ativos mais relevantes no momento do aporte.


Além desses pontos, há outras áreas que podem ser analisadas conforme o tipo de operação, como contratos com clientes e fornecedores, compliance digital, adequação à LGPD, práticas de segurança da informação, e até passivos judiciais ou administrativos.


Esses fatores complementares reforçam a visão de governança e transparência da empresa.


A importância da preparação pré-investimento


Startups não perdem investimento por falta de ideia boa, elas perdem por falta de estrutura.

A due diligence não é uma barreira; é um espelho. Ela reflete o nível de organização e maturidade da empresa.


Quando uma startup chega a essa fase com contratos bem estruturados e alinhados, governança consolidada, contabilidade organizada e propriedade intelectual protegida, o investidor se sente confortável para entrar.


Quando, ao contrário, ele encontra documentos desatualizados, acordos informais e ausência de registros, o risco aumenta, e a confiança desaparece.


Preparar a empresa antes de buscar investimento é, na prática, um investimento em si mesmo. É o que permite que o capital novo seja aplicado em crescimento, e não em apagar incêndios.


Conclusão


Antes de buscar investimento, garanta que a base do seu negócio está pronta para crescer com o recurso que vai entrar. Ter uma estrutura societária sólida, contratos bem redigidos, registros de marca e boas práticas de compliance não é burocracia, é estratégia.


No fim, o investimento não vem para corrigir desorganização; ele vem para acelerar o que já está bem estruturado. E a confiança do investidor nasce exatamente daí: da clareza e da governança.

Se a sua startup está se preparando para captar investimento, esse é o momento de revisar sua estrutura.


A LegalRocket apoia startups e empresas inovadoras na construção de bases jurídicas sólidas, preparando o negócio para crescer com segurança e atrair investidores.



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