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Cuidados que a Startup precisa ter antes de utilizar o mecanismo de vesting com o colaborador

  • Foto do escritor: Larissa Nonato Silva
    Larissa Nonato Silva
  • 24 de jan. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de fev.

O vesting é um mecanismo contratual amplamente utilizado por startups para atrair e reter talentos essenciais ao desenvolvimento do negócio. Através dele, é possível conceder ao colaborador o direito de aquisição de uma participação societária, condicionado ao cumprimento de metas e resultados previamente estipulados entre as partes.


Essa ferramenta se torna especialmente relevante quando a startup precisa de profissionais altamente qualificados, mas ainda não possui capacidade financeira para remunerá-los de forma competitiva. No entanto, a implementação do vesting exige planejamento cuidadoso para evitar problemas futuros.


Como Funciona o Vesting?

O vesting ocorre em um período determinado, durante o qual o colaborador vai adquirindo gradativamente o direito às quotas da startup. O processo pode incluir um período inicial chamado Cliff, no qual o colaborador precisa permanecer na empresa por um tempo mínimo antes de começar a acumular direitos sobre a participação societária.


A Importância da Cláusula de Cliff

A cláusula de Cliff é um dos elementos mais críticos do vesting. Ela estabelece um período inicial (geralmente de 6 a 12 meses) em que o colaborador deve permanecer na empresa sem ter direito a participação societária. Caso ele saia antes do fim desse prazo, perde qualquer direito a quotas.


Após o período de Cliff, o colaborador passa a ganhar o direito de adquirir sua participação de maneira gradual, conforme um cronograma definido previamente, que pode ser mensal, trimestral ou anual, até o fim do prazo total do vesting (geralmente de 3 a 4 anos).


Caso o colaborador não permaneça na startup durante todo o período de vesting, ele terá direito apenas à parte proporcional ao tempo que permaneceu na empresa. Durante o Cliff, entretanto, ele não terá qualquer direito caso deixe a organização.


Benefícios do Vesting para Startups

O vesting pode trazer várias vantagens para startups, como:


  • Retenção de talentos: Profissionais-chave têm incentivos para permanecer na empresa e contribuir para seu crescimento.

  • Alinhamento de interesses: O colaborador se torna um verdadeiro parceiro da startup, comprometendo-se com os objetivos do negócio.

  • Minimização de custos iniciais: Permite atrair profissionais de alto nível sem necessidade de altos salários no curto prazo.


Cuidados Essenciais Antes de Implementar o Vesting

Apesar de suas vantagens, a startup deve tomar precauções antes de implementar esse mecanismo:


1.     Não utilizar o vesting como solução desesperada de reter colaboradores em razão da falta de recurso da Startup.

O vesting não deve ser utilizado como um recurso emergencial para reter colaboradores devido à falta de capital. Antes de oferecer vesting, os founders precisam se perguntar:

  • Esse colaborador realmente agrega ao desenvolvimento do nosso negócio?

  • Queremos essa pessoa como sócia no futuro?

O vesting deve ser reservado para pessoas estratégicas, que efetivamente tenham um impacto significativo na startup.


2.     Definir o tamanho do pool (reserva de quotas) para o beneficiário do vesting

Antes de implementar o vesting, os founders precisam estabelecer:

  • Qual percentual do capital social será reservado para esse modelo?

  • Quem cederá as quotas para o colaborador?

  • Qual será o impacto da diluição sobre futuras rodadas de investimento?

A falta de planejamento pode levar a problemas societários e afastar investidores interessados.

 

3.     Tratar a relação com o beneficiário do vesting como comercial

O beneficiário do vesting compartilha os riscos e recompensas da startup. Por isso, a relação deve ser comercial e não caracterizada como vínculo empregatício. Um contrato bem estruturado é essencial para evitar passivos trabalhistas no futuro. Como o colaborador assume os desafios do negócio junto com os founders, sua relação com a empresa deve ser pautada em um caráter comercial, e não em um contrato de trabalho convencional.


Conclusão

O vesting é um mecanismo poderoso para atrair e reter talentos, mas deve ser utilizado com cautela e planejamento. Se mal estruturado, pode gerar conflitos societários e afastar investidores.


Se você, empreendedor, deseja discutir como estruturar o vesting na sua startup da melhor maneira, entre em contato para agendarmos uma reunião e esclarecer todas as suas dúvidas.



 
 
 

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