top of page

Atribuições dos sócios: como a definição de papéis fortalece a governança e previne conflitos societários

  • Foto do escritor: Larissa Nonato Silva
    Larissa Nonato Silva
  • 20 de out.
  • 3 min de leitura

Em grande parte das sociedades empresárias, os conflitos não surgem da falta de capital ou de visão estratégica, mas da ausência de uma estrutura clara de governança interna.


Quando as fronteiras entre gestão, decisão e responsabilidade não estão bem definidas, instala-se um desequilíbrio silencioso: decisões se sobrepõem, expectativas se frustram e a confiança entre os sócios se fragiliza.


Quando ninguém sabe exatamente quem decide, quem executa e quem responde, a empresa perde direção e os ruídos internos se transformam em riscos jurídicos e de gestão.


No ambiente das startups e empresas em crescimento acelerado, onde as decisões são tomadas em ritmo intenso, esse problema se torna ainda mais evidente. A falta de clareza na atuação de cada sócio fragiliza a estrutura de governança e impacta diretamente o desempenho organizacional.


A importância da definição de papéis na sociedade empresária


A lei brasileira, diferentemente do que muitos imaginam, não impõe uma divisão pré-determinada de funções entre os sócios.


O Código Civil apenas exige que o contrato social traga as cláusulas essenciais da sociedade, mas a delimitação das atribuições de cada sócio é fruto da autonomia privada e da autorregulação das partes.


Na prática, é o Acordo de Sócios que confere previsibilidade e disciplina às relações internas, funcionando como instrumento complementar ao contrato social.Por meio dele, os sócios podem:


  • Distribuir funções estratégicas e operacionais, definindo responsabilidades por área (financeira, comercial, técnica, jurídica etc.);

  • Estabelecer limites de decisão, como valores-limite para contratações ou despesas que exigem aprovação conjunta;

  • Definir critérios de metas, desempenho e resultados vinculados à permanência ou bonificação de sócios-gestores;

  • Formalizar regras de substituição ou sucessão de funções, prevenindo lacunas em caso de afastamento ou desligamento.


Essa estrutura reduz conflitos e reforça a governança interna, dando suporte jurídico às práticas de gestão já adotadas de forma informal no dia a dia da empresa.


Governança societária e segurança jurídica


A ausência de regras sobre a divisão de funções amplia significativamente o risco de responsabilização entre os sócios, especialmente quando há confusão entre quem administra, quem representa e quem delibera.


Sem essa delimitação, atos praticados individualmente podem ser atribuídos a todos, comprometendo a confiança interna e gerando incerteza sobre o alcance das obrigações da sociedade perante terceiros.


Além disso, decisões unilaterais, contratações sem consentimento ou omissões na gestão tendem a ser interpretadas como falhas no dever de diligência e boa-fé na condução dos negócios, o que pode implicar responsabilidade pessoal e abalar a credibilidade da empresa.


Essas situações são comuns em sociedades que crescem sem estruturar sua governança e sem definir formalmente os limites da atuação de cada sócio.


Por outro lado, quando o Acordo de Sócios estabelece de forma objetiva quem representa a empresa, quem executa as decisões e como ocorrem as deliberações, a gestão passa a ter lastro jurídico e previsibilidade.


Esse nível de organização reduz conflitos internos e transmite segurança institucional fortalecendo a imagem da empresa perante investidores, colaboradores e parceiros estratégicos, que passam a enxergar uma sociedade guiada por critérios de transparência e responsabilidade.


Atribuições como pilar da maturidade empresarial


Definir atribuições não é apenas uma questão contratual, é um ato de maturidade empresarial. Empresas que estruturam seu Acordo de Sócios com base em papéis, responsabilidades e critérios objetivos de desempenho demonstram compromisso com o crescimento sustentável, a previsibilidade das decisões e o alinhamento estratégico de longo prazo.


Em outras palavras, a clareza de papéis é o que separa uma sociedade promissora de uma sociedade instável.


Negócios saudáveis são aqueles em que cada sócio sabe o que faz, entende seus limites e respeita o espaço do outro.


Como a LegalRocket pode ajudar


Na LegalRocket, transformamos o Acordo de Sócios em uma ferramenta de gestão societária prática, que reflete a realidade operacional da empresa e garante segurança jurídica às relações entre os sócios.


Quer revisar ou elaborar o Acordo de Sócios da sua empresa?

Entre em contato e descubra como alinhar o jurídico à estratégia do seu negócio.



 


Comentários


bottom of page